segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A falta de emprego para jovens qualificados e a quebra da empregabilidade na indústria traduzem-se na saída da população jovem do concelho de Guimarães...


De acordo com os primeiros resultados dos Censos 2011, Guimarães denota uma abandono por parte de alguma população jovem, que não consegue encontrar emprego no conselho. O anúncio foi feito pelo presidente da câmara de Guimarães, António Magalhães, no encontro sobre o sector têxtil, organizado pelo Concelho Sindical Inter-Regional da Galiza e Norte de Portugal, que teve lugar no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento. Na sua intervenção na abertura do encontro, António Magalhães deu a conhecer que, de acordo com os primeiros resultados extraídos dos Censos 2011, Guimarães, de uma forma geral, tem vindo a perder os seus jovens. De acordo com o documento, não se trata apenas de uma êxodo das zonas mais interiores, ou rurais do concelho, mas que abrange áreas onde estão sediadas grandes empresas. O principal causa apontada é a falta de empregabilidade que se nota no sector industrial. António Magalhães mostrou-se preocupado pelas dificuldades que enfrenta o sector transformador português, de uma maneira geral, e que se reflecte em concelhos como o de Guimarães, onde a incidência de indústrias é elevada. 
 
Para fazer face aos desafios da crise e da concorrência a baixos custos, como aquela praticada por China ou Paquistão, as empresas portuguesas vêem-se obrigadas a encontrar soluções e alternativas que permitam manter ou mesmo aumentar a competitividade. De uma indústria de mão-de-obra intensiva, o têxtil passou a requerer um menor número de trabalhadores, mas mais capacitados. Uma das consequências de tudo isso tem sido a queda em flecha da empregabilidade do sector. O autarca vimaranense defende um reforço da proximidade e colaboração entre a Galiza e o Norte de Portugal, como forma de desenvolvimento sustentado e de colaboração mútua. As SCUT e a forma como essa questão foi trabalhada também gera preocupação em António Magalhães. O efeito mais visível dessa preparação, que considera ser "deficiente" está já a ter um impacto negativo no Turismo.  
 
Empregabilidade dá sinais de ligeira retoma      
O coordenador da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE), Manuel Freitas, reconhece que, desde a década de 90, que o sector vem assistindo à destruição de postos de trabalho. "Entre 2000 e 2009, perderam-se 100 trabalhadores na área do têxtil, muitos deles na Região do Vale do Ave", concretiza. No entanto, em 2010, o sector deixou bons indicadores no que à empregabilidade diz respeito. Impulsionado pelo crescimento das exportações, o ano passado marcou uma inversão na tendência de descida, que se mantém em 2011. A intervenção do FMI em Portugal e as medidas de austeridade que serão impostas poderão travar essa recuperação ligeira. Como forma de enfrentar a crise e aumentar a competitividade face a países que continuam a oferecer baixos custos, Manuel Freitas defende uma cada vez maior integração de investigação e inovação na produção têxtil, bem como a aposta em marcas e design próprios.
 
+ Fotos em: Galeria   
 
texto // Alberto José Teixeira 
albertojteixeira@expressodoave.com

DESEMPREGO "O CANCRO DA NOSSA REGIÃO"



O arcebispo primaz de Braga aproveitou a homilia da missa do dia de Natal, na Sé Catedral, para alertar para a “gravidade do desemprego, um cancro de extrema gravidade na nossa região”.

Segundo D. Jorge Ortiga, o desemprego é “fruto duma crise provocada pela sociedade industrial e do comércio livre” que “priva as famílias dos meios necessários para um sustento vital”.
O prelado denunciou também que “a precariedade, a incerteza, a pouca estabilidade e a insegurança laboral não garantem a festa da vida em família”. 
Na sua comunicação aos fiéis, o arcebispo defendeu que “para viver é necessário trabalho, mas as condições com que é exercido devem proteger a dignidade da pessoa”.
D. Jorge recordou que “até há pouco tempo, pensava-se que o progresso tecnológico aumentasse o tempo livre”, mas que hoje se verifica que “os ritmos do trabalho contemporâneo, impostos pela dita necessidade de consumo, limitam ou quase anulam o tempo para a família crescer na convivência e no diálogo, com desencontros frequentes ou ausências prolongadas”...